quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Usina de reciclagem de Araquari produz 48 toneladas por mês de material

O lixo urbano é uma questão que pouco a pouco vem sendo pensada no Brasil. Na maioria das cidades, o serviço de coleta seletiva não é suficiente e, o destino final do lixo acaba por ser inadequado, podendo causar a poluição do solo, de recursos hídricos e do ar.  

Segundo dados da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental, atualmente 56 % dos municípios catarinenses, depositam os resíduos sólidos em lixões a céu aberto, 27% em aterros sanitários, 7% tem o sistema de recolhimento privado, 5% em usina de compostagem, 1% em lixão industrial, 2% não possuem nenhum tipo de coleta e apenas 4% possuem usinas de reciclagem.

Araquari é uma cidade que faz parte dessa lista de 4%. A instalação da usina foi uma solução encontrada para diminuir consideravelmente o lixo da cidade. A usina está localizada no bairro Jacu e produz por mês 48 toneladas de material reciclado, sendo 50 % da produção de papelão, 15 % de sacolas, 10 % de garrafas pets, 10 % de papel e, o restante de outros tipos de materiais.

A iniciativa é tocada pela Prefeitura Municipal de Araquari e, para Juliana Ribeiro, encarregada na usina, tem sido uma boa fonte de renda: “Eu gosto muito de trabalhar aqui, porque além de ajudarmos a diminuir o lixo da cidade e preservar o meio ambiente, o trabalho é recompensador, é uma boa fonte de renda”. Juliana trabalha a quatros anos na usina e explica com orgulho, cada processo.

Aqui reciclamos todo tipo de material. Os caminhões da coleta seletiva passam nos bairros da cidade, chegam e, despejam o material no piso superior, onde cairá na esteira e ali, as funcionárias iniciam o trabalho de separação do que é plástico, papel, papelão ou outro tipo de reciclado”, conta.  Após o processo de separação manual, o material é enfardado e então segue para a venda. “Hoje temos compradores até da cidade de Indaial”, diz.

Plástico, papel, alumínio, pacotes de salgadinhos, sacolas, caixas de papelão, latas de tinta usadas, barris de plástico, garrafas pets, são os objetos que compõem o cenário de trabalho de Juliana, todos separados, ocupando seu devido lugar, e uma organização que merece ser notada. O que rendeu prêmio para usina por meio da Fundação do Meio Ambiente (FATMA).

A usina foi criada em 2004 e hoje beneficia diretamente sete famílias que foram empregadas nas instalações. O Prefeito de Araquari, João Pedro Woitexem, afirma que a atuação da usina de reciclagem tem contribuído para o crescimento sustentável da cidade. “Com a usina, conseguimos diminuir nossa produção de lixo e transformá-lo em algo aproveitável, que acaba sendo fonte de renda para algumas famílias e, ao mesmo tempo, conseguimos preservar o meio ambiente”. 

A população de Araquari também faz sua parte e começa a desenvolver a consciência sobre a importância de separação dos lixos em orgânicos e recicláveis. O que facilita o trabalho realizado pela coleta seletiva que passa de segunda a sexta-feira nos bairros da cidade. 

Para onde vai o restante do lixo
 
Hoje, além do lixo reciclado existe uma produção de material orgânico na região, como nas demais cidades do país.  Em 2011 o município registrou uma produção de 4 mil toneladas de lixo doméstico, envolvendo além do orgânico, o reciclado. Já em 2012, com o aumento da população, o número subiu para 5 mil toneladas, e em 2013, até o mês de junho a produção é de 2 mil toneladas.

Dessas 5 mil toneladas de lixo doméstico, 13 % vai para a usina de reciclagem e o restante que compõem o lixo orgânico, é enviado para o aterro sanitário em Brusque, onde um Departamento de Engenharia cuida da operação de monitoramento do aterro. “Neste setor também é verificado o tipo e classe de lixo que entra, condições de uso do aterro, entre outros”, informa o diretor da Recicle de Araquari, Felipe Rene, responsável pela coleta de lixo doméstico.

Saiba como funciona o trabalho 

Atualmente, a unidade de recebimento de lixo doméstico conta com 22 colaboradores para os dois turnos da coleta e cinco para atendimento ao setor administrativo. A unidade também dispõem de alguns equipamentos que ajudam durante o trabalho como quatro compactadores que fazem a coleta, duas caçamba tipo roll on/off para o transporte dos resíduos até o aterro de Brusque e um automóvel como veículo de apoio. E em média, cada compactador roda 5.500 quilômetros por mês.


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