O lixo urbano é uma questão que pouco a
pouco vem sendo pensada no Brasil. Na maioria das cidades, o serviço de
coleta seletiva não é suficiente e, o destino final do lixo acaba por
ser inadequado, podendo causar a poluição do solo, de recursos hídricos e
do ar.
Segundo dados da Companhia de Polícia de
Proteção Ambiental, atualmente 56 % dos municípios catarinenses,
depositam os resíduos sólidos em lixões a céu aberto, 27% em aterros
sanitários, 7% tem o sistema de recolhimento privado, 5% em usina de
compostagem, 1% em lixão industrial, 2% não possuem nenhum tipo de
coleta e apenas 4% possuem usinas de reciclagem.
Araquari é uma cidade que faz parte
dessa lista de 4%. A instalação da usina foi uma solução encontrada para
diminuir consideravelmente o lixo da cidade. A usina está localizada no
bairro Jacu e produz por mês 48 toneladas de material reciclado, sendo
50 % da produção de papelão, 15 % de sacolas, 10 % de garrafas pets, 10 %
de papel e, o restante de outros tipos de materiais.
A iniciativa é tocada pela Prefeitura
Municipal de Araquari e, para Juliana Ribeiro, encarregada na usina, tem
sido uma boa fonte de renda: “Eu gosto muito de trabalhar aqui,
porque além de ajudarmos a diminuir o lixo da cidade e preservar o meio
ambiente, o trabalho é recompensador, é uma boa fonte de renda”. Juliana trabalha a quatros anos na usina e explica com orgulho, cada processo.
“Aqui reciclamos todo tipo de
material. Os caminhões da coleta seletiva passam nos bairros da cidade,
chegam e, despejam o material no piso superior, onde cairá na esteira e
ali, as funcionárias iniciam o trabalho de separação do que é plástico,
papel, papelão ou outro tipo de reciclado”, conta. Após o processo de separação manual, o material é enfardado e então segue para a venda. “Hoje temos compradores até da cidade de Indaial”, diz.
Plástico, papel, alumínio, pacotes de
salgadinhos, sacolas, caixas de papelão, latas de tinta usadas, barris
de plástico, garrafas pets, são os objetos que compõem o cenário de
trabalho de Juliana, todos separados, ocupando seu devido lugar, e uma
organização que merece ser notada. O que rendeu prêmio para usina por
meio da Fundação do Meio Ambiente (FATMA).
A usina foi criada em 2004 e hoje
beneficia diretamente sete famílias que foram empregadas nas
instalações. O Prefeito de Araquari, João Pedro Woitexem, afirma que a
atuação da usina de reciclagem tem contribuído para o crescimento
sustentável da cidade. “Com a usina, conseguimos diminuir nossa
produção de lixo e transformá-lo em algo aproveitável, que acaba sendo
fonte de renda para algumas famílias e, ao mesmo tempo, conseguimos
preservar o meio ambiente”.
A população de Araquari também faz sua
parte e começa a desenvolver a consciência sobre a importância de
separação dos lixos em orgânicos e recicláveis. O que facilita o
trabalho realizado pela coleta seletiva que passa de segunda a
sexta-feira nos bairros da cidade.
Para onde vai o restante do lixo
Hoje, além do lixo reciclado existe uma
produção de material orgânico na região, como nas demais cidades do
país. Em 2011 o município registrou uma produção de 4 mil toneladas de
lixo doméstico, envolvendo além do orgânico, o reciclado. Já em 2012,
com o aumento da população, o número subiu para 5 mil toneladas, e em
2013, até o mês de junho a produção é de 2 mil toneladas.
Saiba como funciona o trabalho
Atualmente, a unidade de recebimento de
lixo doméstico conta com 22 colaboradores para os dois turnos da coleta e
cinco para atendimento ao setor administrativo. A unidade também
dispõem de alguns equipamentos que ajudam durante o trabalho como quatro
compactadores que fazem a coleta, duas caçamba tipo roll on/off para o
transporte dos resíduos até o aterro de Brusque e um automóvel como
veículo de apoio. E em média, cada compactador roda 5.500 quilômetros
por mês.
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