quarta-feira, 9 de julho de 2014

Conselho Tutelar debate sobre violência e evasão escolar na Escola Estadual Higino Aguiar


O Brasil está enfrentando um problema que só vem crescendo nos últimos anos. As escolas que antes eram consideradas um ambiente seguro, possibilitando ao aluno e professor seguir com suas atividades sem sentir medo, atualmente, algumas delas, são palco de fúria e agressões.
 
E para evitar a violência, briga e mesmo evasão de estudantes, o Conselho Tutelar esteve hoje (13), na Escola Higino Aguiar, no bairro Itinga, em reunião com os professores. “Nós queremos ajudar a escola e futuramente os pais a acharem a melhor maneira de lidar com este tipo de problema, caso se deparem com ele”, conta Roseli da Cunha Besen, representante do Conselho Tutelar de Araquari.
 
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 10% das escolas da rede pública e 5% das escolas privadas do Brasil passam por esta situação. Em 2009, 13% dos estudantes entrevistados pelo IBGE, haviam se envolvido em alguma briga, onde alguém foi agredido fisicamente e 4% dos alunos afirmaram já terem participado de brigas portando arma de fogo.
 
Porém, a falta de segurança faz parte também da rotina dos professores. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação em 2011, por meio da Prova Brasil, constatou que de 225 mil professores de Língua Portuguesa e Matemática que dão aulas para alunos do 5º ao 9º ano, 4.195 foram agredidos fisicamente por estudantes.
 
Segundo Roseli, o Conselho Tutelar tem recebido diversas denúncias de agressões e brigas entre os alunos, algumas vindas dos próprios pais e de diferentes escolas. “O nosso objetivo é trabalhar em parceria com as instituições de ensino e os pais, e conscientizar as crianças e adolescentes das consequências que algumas atitudes e a violência podem trazer”, diz.
 
Roseli informa que hoje a criança que tem acima dos 12 anos já pode responder criminalmente e é importante que ela saiba disso. “Quando uma denúncia é feita ao Conselho Tutelar, o órgão se responsabiliza por sua análise. Em alguns casos notifica a criança ou adolescente e sua família, busca soluções conversando com os pais e a criança, mas quando o caso é mais grave, ele geralmente é resolvido judicialmente”.
 
Outra questão que foi levantada por Roseli durante a reunião foi a evasão escolar. Segundo ela, este ano já é exigido por lei a frequência escolar do adolescente. “Uma mudança que tivemos recente na lei, obriga o adolescente que tem até 18 anos a estar na escola e completar o ensino médio”, conta.
 
Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostram que o Brasil tem a 3ª maior taxa de evasão escolar entre 100 países. Um relatório desenvolvido pelo órgão em 2012 indica que uma a cada quatro crianças que inicia o ensino fundamental no Brasil, abandona a escola antes de completar a última série.
 
Entre os países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a taxa do Brasil é de 24,3%, só estando atrás da Bósnia Herzegovina com 26,8% e das Ilhas de São Cristóvão e Névis, no Caribe com 26,5%. Na América Latina, só a Guatemala com 35,2% e Nicaragua com 51,6% tem taxas de evasão superiores.
 
Além da reunião que realizou com os professores, o Conselho Tutelar deve voltar a escola para uma conversa de orientação com os pais e alunos. “Esse é um trabalho que buscamos desenvolver como forma de prevenir problemas maiores e conscientizar também alunos, pais e escola dos direitos e deveres da criança e do adolescente”.

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