terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A selva do transporte coletivo


O Consumo de Serviço do Transporte Coletivo

            Um estudo realizado pela CONURB com parceria do IPPUJ (Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville) levantou a estimativa de 691.755 (seiscentos e noventa e um mil e setecentos e cinqüenta e cinco) viagens por dia na cidade, dados de 2009. Estes números somavam todas as formas de deslocamento em Joinville, seja de pé, de carro, ônibus ou motocicleta.  O transporte coletivo chegava a deslocar 200 mil passageiros em um dia útil, ou seja, quase 22% da estimativa.
            Nessa época, a frota de ônibus na cidade estava organizada em uma rede de 135 linhas, sendo 123 de operação regular e 12 que realizavam atendimentos especiais, em determinados momentos do ano, como no período de festas, quando era necessário aumentar a frota para comportar o número de passageiros que se deslocavam pela cidade. As viagens com destino ao Centro de Joinville eram as que registravam um número maior de embarque e desembarque. Na hora de pico da manhã e da tarde, 65% da oferta de serviço municipal estava nesse conjunto de linhas.
            Das 6 horas 45 minutos às 8 horas havia um registro de 18 mil passageiros transportados no sentido bairro-centro. O pico da tarde era entre 5 horas e 30 minutos e seis horas e 35 minutos, com os mesmos 18 mil passageiros no sentido contrário. Na cidade havia ainda o pico do horário de almoço do meio dia à uma hora que representava 65% da demanda média dos picos da manhã e da tarde.
            O movimento de passageiros chegava a 200 por minuto no horário de pico da tarde. Estes índices foram os maiores já registrados em todo o sistema municipal de ônibus. Em um dia útil, o serviço municipal de transporte coletivo deslocava 200 mil passageiros pagantes, em um sábado o registro chegava a 100 mil passageiros e durante um domingo o número atingia 54 mil.
            Considerando que os 200 mil passageiros compravam a passagem antes do embarque e por esta razão pagavam por ela R$2,30 (dois reais e trinta centavos) e, levando em conta que os passageiros que se deslocavam para algum lugar precisavam voltar, pode-se afirmar que no mínimo, cada um desses passageiros gastava por dia R$ 4,60 (quatro reais e sessenta centavos). Desta forma, em um dia útil os duzentos mil passageiros pagavam R$ 920 mil reais para o transporte coletivo. No mês de setembro, somando 22 dias úteis o faturamento em passagens chegava a mais de 20 milhões de reais. Os quatro sábados do mês registravam R$1.840.000 (um milhão e oitocentos e quarenta mil reais). Os quatro domingos tinham o faturamento de R$993.600,00 (novecentos e trinta e três mil e seiscentos reais). Assim, chegamos à soma de R$22.833.600,00 (vinte e dois milhões oitocentos e trinta e três mil e seiscentos reais), no mês de setembro de 2010. Num período de um ano, o faturamento é de aproximadamente 250 milhões de reais.
            Hoje, quatro anos depois, se somássemos os mesmos 200 mil passageiros, número que teve aumento razoável, a arrecadação diária, considerando o novo valor de R$2,90 (dois reais e noventa centavos), chega à 1 milhão 160 mil reais. O faturamento que muitas das grandes empresas desejam ter em pelo menos um ano. Esses são apenas números para se pensar. Claro que é necessário averiguar os gastos com manutenção, pagamento de funcionários e combustível para se obter uma comparação justa.

Texto de 2009.


Manifestação contra o aumento da passagem em Jlle





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