“O nosso objetivo é informar e orientar as crianças e adolescentes para
que elas saibam identificar o abuso sexual antes dele acontecer”,
comenta Roseli da Cunha Desen, conselheira tutelar de Araquari.
Ela e a equipe parceira formada pelas enfermeiras Arlete Costa e
Rafaela Ventura e as técnicas de enfermagem Maria Adriana Barreto e
Eliete Dias têm programado uma segunda etapa para a palestra. “Nós
pretendemos fazer uma segunda palestra na quinta-feira (22), com o
objetivo de fornecer informação e orientação para o maior número de
crianças e adolescentes que for possível”, diz Arlete Costa.
O dia 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional do Combate ao Abuso
Sexual Infantil, após uma criança brasileira ser assassinada
violentamente, nesta data, em 1973. A menina Araceli Cabrera Sáchez
Crespo tinha 8 anos e morava no Espírito Santo quando foi encontrada
morta com marcas de extrema violência e abuso sexual.
Os autores do crime nunca foram presos. Após 41 anos do ocorrido, a
data ainda é lembrada como uma forma de orientar as crianças e
adolescentes brasileiras para que consigam identificar os sinais de
abuso sexual, antes mesmo que ele aconteça.
Segundo pesquisas realizadas por entidades que trabalham em parceria
com o Ministério da Justiça, a cada oito minutos uma criança é vítima de
abuso sexual no Brasil, 80% dos casos são contra meninas, 82% são entre
crianças de 2 a 10 anos e em 90% dos casos, as crianças são abusadas
dentro de suas casas por pessoas próximas como pai, padrasto, tios, avós
ou irmãos. E 60% dos casos envolvem pessoas de classe média e média
alta.
Segundo Roseli, Araquari também registra números de ocorrências de
abusos contra crianças. “Em 2013, na delegacia foram registrados 30
boletins de ocorrência entre tentativas de abusos e estupros de crianças
e adolescentes”, diz. Com as orientações, a expectativa é que esse
número de registros diminua ou até seja eliminado. “Sabendo identificar
um possível caso de abuso sexual fica mais fácil da crianças perceber o
problema e pedir ajudar”.
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