Mariana Grasielly Marcelino tem apenas 22 anos de idade e já conquistou diversos campeonatos nacionais e internacionais, nas categorias arremesso de martelo e peso. Também começou a trabalhar com uma nova modalidade: o arremesso de disco. Hoje, ela faz parte das competições pelo sub 23 e seu maior sonho é poder competir nas Olimpíadas de 2016, no Brasil.
A atleta que morou em Araquari, no bairro Itapocu por sete anos, junto com a avó Maria de Borba Marcelino, enquanto a mãe trabalhava em Joinville e no bairro Corveta como professora, desde menina sentiu despertar em si o amor pelo esporte. “Toda vez que ela estava na escola dava um jeito de correr atrás do professor de educação física que sempre a incentivou”, comenta Lindolfa Maria Marcelino, a mãe orgulhosa de Mariana.
Segundo ela, Mari como é carinhosamente chamada pela família, não faltava a uma aula de educação física e foi com o incentivo do professor Sanderlei Luís da Conceição que ela seguiu no esporte e percebeu que ele poderia ser parte de sua vida profissional. “O Sanderlei sempre me disse que a Mariana levava jeito para o esporte, e que ela precisava praticar no individual. Ele sempre teve essa visão de que a Mariana teria destaque”, comenta a mãe.
A história esportiva da garota começou na infância. Desde pequena ela sempre foi forte e decidida e já manifestava uma ligação com o esporte, quando jogava futebol com os meninos do bairro, em um campinho improvisado perto de sua casa. “Ela sempre se divertia e colocava também os meninos em ordem. Aonde ela chegava, era ela quem comandava”, diz Lindolfa.
Dos campinhos e das quadras da escola que estudou, Mariana vislumbrou mais e iniciou em Araquari, pelo Departamento de Esportes da Prefeitura, as aulas de vôlei, com 11 anos. Não levou muito tempo e ela partiu para o futsal. Em mais alguns anos foi participar de novas atividades em Joinville, contudo, foi no vôlei que Mariana resolveu permanecer por mais tempo, até encontrar o atletismo. “Eu cheguei a fazer 100 metros e salto triplo ainda na adolescência e fiquei em segundo lugar no campeonato que participei o que me motivou ainda mais a continuar no esporte”, comenta.
Com apenas 14 anos de idade, Mariana já havia se identificado com outra modalidade, o arremesso de peso. E a cada passo que dava sempre tinha ao lado a família e o apoio dos professores e técnicos que encontrou por seu caminho. “Foi quando eu venci o primeiro campeonato estadual mirim e desde então, não parei mais”, diz.
Mariana recebeu nessa época, o primeiro convite para competir por um clube de São Paulo, porém, por considerar a filha muito nova para ir para longe da família, a mãe acabou não permitindo. A garota não desistiu do esporte e seguiu nas competições. Com 17 anos recebeu novamente o convite e sendo um pouco mais madura, a mãe autorizou que Mariana partisse em busca da realização de seus sonhos.
Dona Lindolfa foi com a filha conhecer as instalações que ela ficaria e verificar se a garota estaria em segurança. Desde então, a atleta segue morando em São Paulo, deixando para trás a cidade na qual vivenciou divertidas histórias e na qual deu início a sua paixão esportiva e partindo para a “cidade grande”, onde segue desenvolvendo seus objetivos e realizando seus sonhos.
Dividindo seu tempo entre os treinos que acontecem nos períodos matutinos e vespertinos, em todos os dias da semana, por 7 horas e a faculdade de educação física que frequenta no período noturno. Os treinamentos consistem em trabalhar a técnica e a musculação, desenvolvendo a capacidade física e o que Mariana chama de explosão, que trabalha com agilidade, velocidade, tiro e saltos.
“Eu gosto de estudar muito a técnica, de ver vídeos para buscar melhorias e aperfeiçoamento pessoal”, explica. Para ela, o esporte não tem como sair de sua vida.
“Eu estou no último ano e pretendo seguir minha carreira no esporte, além de realizar um sonho que tenho que é trabalhar com projetos sociais com crianças”, diz. Após a faculdade, ela também não pretende ficar parada, o objetivo de Mariana é começar logo uma pós-graduação.
“O esporte quando vem para a vida da criança, se não o tornar um profissional, agrega muito como cidadão, o deixa mais concentrado. A mente muda, os pensamentos mudam em função do esporte”, comenta.
E quando o assunto é família, a garota suspira, com os sentimentos amolecidos, olha para a mãe com ternura e reconhece que atualmente é um de seus obstáculos estar tão distante daqueles que ama. Rever os familiares também é algo que ela precisa coordenar em sua agenda. As visitas sempre ficam marcadas para os finais de semana ou durante um período de férias.
Para a mãe são datas mais que especiais. “Ah, a saudade é muito grande, mas a gente sabe que é o que ela escolheu, é o que faz bem pra ela e o que ela sabe fazer muito bem”. Para Mariana não é diferente: “O esporte e a família são a minha vida. Se eu estou aqui me falta uma coisa que é o esporte. Se eu estou lá, me falta a família”, conta. Enquanto as datas das visitas de Mariana não chegam, dona Lindolfa sacia a saudade falando com a filha pelo telefone.
E mesmo com toda esta correria, Mariana ainda dá um jeito de participar das competições, sejam pela universidade, onde é bolsista, ou pelo clube do qual participa. Já esteve em diversos países para competir, como: Peru, Itália, Colômbia, Uruguai e Estados Unidos. As medalhas e troféus, já perdeu as contas de quantas carrega consigo. A mais recente, e uma das mais importantes, segundo ela, foi da competição “Troféu Brasil”, onde conquistou o ouro. “Esta medalha tem um valor muito grande pra mim porque é de uma competição nacional que reúne todas as gerações de atletas”, diz.
Além delas, Mariana também conquistou títulos como ser recordista brasileira da categoria sub 23 em arremesso de peso e recordista catarinense na mesma categoria. Um dos seus próximos desafios é treinar para estar entre as duas primeiras do ranking brasileiro para participar das Olimpíadas.
Se a competição fosse hoje, ela já teria uma vaga garantida. E ao falar de seu trabalho e do sonho de encarar uma competição mundial como este evento, deixa transparecer em seus olhos castanhos e brilhantes, o desejo de vitória. “A gente se esforça muito, desenvolve um trabalho bem bacana e poder participar das Olimpíadas, chegar à final, já é um sonho concretizado”, comenta emocionada.
Enquanto a Olimpíada não chega, ela já tem agendado “Os Jogos Abertos Catarinense” que acontece em Itajaí, no dia 15 de novembro e os “Jogos Universitários” que acontece em Aracaju, no dia 29 de novembro. “Para o ano que vem tem mundial e Pan-Americano na lista, então, eu vou continuar sempre com os treinos. O objetivo agora é participar do Pan-Americano adulto”, diz.
Contudo, atualmente o que ela sente falta e acredita que poderia ajudar a melhorar seu desempenho é consumir suplementos. “Hoje, tudo o que eu sou é por mim mesma. Todos os campeonatos que venci foram sem tomar qualquer tipo de suplemento, porque são muito caros”, informa.
Segundo Mariana, a suplementação auxilia o atleta com proteínas que ele precisa para garantir uma melhora muscular e mais força para as competições. Mas, isto é algo que ela ainda vai depender de patrocinadores para inserir em seu cotidiano.
Os interessados em apoiar Mariana, podem entrar em contato pelo telefone (11)95117-4902.
Confira algumas das conquistas de Mariana:
- Recordista brasileira do sub 23, na prova do martelo
- Finalista do Mundial Menor – 2009, no arremesso de peso
- 2º lugar do Sul-Americano Sub 23 , em 2012, no martelo
- Finalista Pan-Americana Juvenil – 2011, no martelo
- Bicampeã brasileira do sub 23, no martelo
- Bicampeã brasileira juvenil, no martelo
- Bicampeã Nacional Universitária, no martelo
- 2º lugar no Sul-Americano menores, em 2008, no martelo
- Bicampeã Estadual do sub 23, no martelo