sexta-feira, 9 de maio de 2014

ESPECIAL DIA DAS MÃES: Vida de guerreira - 28 anos de dedicação materna

Dona de uma boa conversa, sempre disposta e bem humorada. É assim que passa os dias Eloina Batista, de 65 anos. Ela é casada, dona de casa, mãe de Ana Carolina Batista, de 28 anos e Jorge Felipe Batista, de 25 anos e ainda, ora ou outra, se vê tecendo xales, blusas, calças e outras peças artesanais feitas pelo tear e claro, pelas ligeiras mãos de Lina, como é conhecida pelos amigos. Ela, a mulher artesã que se orgulha dos diversos diplomas de cursos de artesanato, hoje ocupa outra função tão ou mais delicada que a arte de tecer.

Atualmente sua vida é de dedicação total ao “pequeninho” como chama ao filho que foi diagnosticado com Síndrome de Down, após nascer. “São 25 anos de dedicação ao Jorge, no começo era mais difícil de lidar com ele, mas, agora já tenho o jeito”, comenta sorridente e orgulhosa.

O tempo fez com que a mãe compreendesse as necessidades de Jorge e adaptasse sua vida para estar sempre perto do filho. “Ele é muito inteligente e comunicativo, é esperto que só e adora música”. Jorge não toca nenhum instrumento musical, mas manuseá-los o deixa feliz e cantarolar as músicas que aprende é um momento de descontração para ele.

Ela ri, ela brinca, dá bronca quando necessário e aqueles “empurrõezinhos” de incentivo no rapaz, quando ele acorda sem vontade de ir para a escola. Jorge frequenta desde os três anos de idade a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais de Araquari (APAE). “Ele foi o primeiro aluno da APAE, praticamente fundou a entidade”, brinca a mãe.

Quando ainda era criança, dona Eloina sempre o acompanhava, mas quando o menino cresceu, ela passou a levá-lo para a APAE e aguardar seu regresso com o café pronto, em casa. “Jorge adora comer, e ele até escolhe o cardápio”, diz enquanto recorda como são os dias com o filho.

Aos sete anos foi quando Jorge começou a Andar. Até lá dona Lina já cansada de levar o menino crescido no colo improvisou um táxi: “O Jorge chegava de táxi na escola e as crianças gritavam: ‘olha, lá vem o táxi do Jorge’”, gargalha ao recordar da ideia que teve para transportar o filho. O táxi ao qual as crianças falavam era um carrinho de mão que por muitos anos foi companheiro de mãe e filho durante os trajetos até a APAE.

Apesar da energia que transparece, dona Eloina afirma que cuidar de Jorge não é tão simples: “O Jorge não é fácil. É dedicação total a ele”. Segundo a mãe, quando o rapaz acorda de bom humor, ele já toma as iniciativas como: lavar o rosto, fazer a cama ou pegar sua própria comida. “Mas quando ele acorda bravo, se senta nessa mesa e fica aqui emburrado, sem fazer nada”, diz.

A rotina de Jorge é assim, ele acorda, faz as necessidades básicas, almoça e vai para a aula na APAE, sempre com Lina ao seu lado. “Quando ele não quer ir é difícil fazer ele mudar de ideia, mas eu dou meu jeito”, conta. Ao falar do filho ri das peripécias do menino e de suas próprias histórias. “Jorge apronta cada uma”. Dona Lina é uma mãe orgulhosa dos filhos e sua principal característica é buscar a felicidade da família. Como? Sendo ela própria muito alegre. “A gente tem que esquecer das dificuldades e seguir em frente com alegria”.

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